TOP 10 MITOS SOBRE VERDADEIRA VONTADE
Um
artigo de IAO131 sob o título: TOP 10
MYTHS ABOUT TRUE WILL
Link
para o original: http://iao131.com/2014/02/26/top-10-myths-about-true-will/
Tradução
para o Português de Sor. Psilax com permissão do autor.
O conceito de “Verdadeira Vontade”, ou simplesmente “Vontade”, é
fundamental para a Lei de Thelema desde que nosso princípio central é “Faça o
que tu queres será o todo da Lei” (AL I:40), juntamente com “Tu não tens
direitos senão fazer a tua Vontade” (AL I:42) e “Não há lei além de faze o que
tu queres” (AL III:60). Thelema, apesar de tudo, significa “Vontade”.
Por ser Vontade um conceito central em Thelema há muitos equívocos sobre
isso que limitam nosso entendimento assim como limitam nosso potencial para
realizar e manifestar as nossas Vontades. Muitos desses mitos e equívocos estão
altamente correlacionados, mas eles também são diferentes em sua ênfase e
abordagem. A lista não pretende ser exaustiva ou completa, mas espero que possa
levar a uma reflexão e clareza sobre a noção de Vontade. Mais fundamentalmente
essa é uma lista curta destinada a desafiar alguns equívocos comuns sobre a
Vontade, a fim de que possamos conhecer e realizar nossas Vontades mais
livremente e com alegria.
1) A Verdadeira Vontade é encontrada num determinado
momento.
O primeiro mito é que a Verdadeira Vontade é descoberta durante um
evento distinto, num certo ponto da história. Isso significa que você não sabe
qual é a sua Vontade, mas que num futuro você saberá, ao ter algum insight ou
experiência, você de repente conhecerá sua Vontade. Em contraste, Crowley nos
informou que “A Vontade é apenas o aspecto dinâmico do Eu...” (Liber II). Neste
sentido, a Vontade é apenas a expressão de nossa Natureza. Entretanto de uma
maneira pobre e incompleta nossa Natureza não pode deixar de se expressar de
alguma maneira, o que quer dizer que: nós estamos sempre fazendo nossas
Vontades até certo ponto, mas poderíamos fazer sempre um pouco “melhor”, no
sentido de fazê-la mais completamente e com mais consciência. Mesmo se temos
uma visão súbita ou que muda completamente a Natureza de nossas Vontades, isso
não significa que esse entendimento não precisará mudar ou ser revisado no
futuro.
2) A Verdadeira Vontade é algo para ser encontrado num futuro distante.
Relacionada ao primeiro mito é a noção de que Verdadeira Vontade não
pode ser encontrada no presente, mas em algum ponto do futuro. Ou seja, se
pensa “Eu não sei qual minha Vontade agora, mas espero que eu saiba no futuro”.
Agora, é perfeitamente razoável acreditar que o conhecimento e entendimento da
Vontade podem aumentar no futuro, mas, novamente, nós estamos sempre fazendo
nossas Vontades até certo ponto. Isto é, a Vontade não é “encontrada”, mas
nossa consciência e entendimento dela podem melhorar. Visualizando a Vontade
como algo que se encontra no futuro, exclui o nosso potencial para fazermos
nosso melhor para fazer nossa Vontade no momento presente. Podemos lamentar as
nossas circunstâncias, acreditando que tudo ficaria bem se “conhecêssemos
nossas Vontades”, ao invés de trabalhar em nós mesmos no momento presente para
nos tornar mais conscientes e alegres com o que já está acontecendo. Isto é,
nossos próprios conceitos sobre o que é Vontade nos impedem de ver o que já
está aqui: todos nós somos estrelas (AL I:3) e Hadit, a chama de nossas
Vontades, está sempre no centro de nosso Ser (AL II:6). É nosso trabalho ou
dever descobrir como trabalhar com nós mesmos e nosso ambiente a fim de tornar
a Verdade dentro de nós mais manifesta do que inerente.
3) Você está fazendo sua Vontade ou você não está
fazendo.
A linguagem usada ao redor da Vontade é frequentemente “digital” no
senso em que falamos sobre isso em “on ou off” (ligar ou desligar). Eu acredito
que é mais efetivo e adequado pensar em Vontade em termos “análogos”, ou seja,
que estamos fazendo nossa Vontade até certo ponto. A linguagem de “Verdadeira
Vontade” implica esse tipo de dicotomia digital de verdadeiro ou falso. Por
outro lado, a ideia de “Vontade Pura” é uma questão de graus. A totalidade
“pura” da Vontade é 100% Vontade com nenhuma mistura ou contaminantes, assim
como um suco puro é 100% suco - não há qualquer conotação moral. Podemos (por
questão de explicação) dizer que podemos não estar fazendo 100% de nossa
Vontade, mas podemos estar fazendo 30% ou 80% de nosso potencial até o momento.
Isso coloca a responsabilidade em nós mesmos para tentar aprovar nossa Vontade
ao máximo, na forma mais “pura” possível. Isso significa também que nós não
precisamos pensar nos outros em termos deles estarem ou não fazendo suas
Vontades; ao contrário, todos estão fazendo suas Vontade até certo ponto ou
outro, e tudo o que temos de fazer é tentar nos esforçar intencionalmente para
chegarmos ao ideal de Vontade 100%.
4) Verdadeira Vontade é uma coisa única e imutável.
A linguagem usada ao redor de Vontade implica que Vontade é algo único,
por exemplo, “é minha Vontade ser um médico”. Na verdade, a ideia de Vontade
ser certa carreira em particular é um dos mais comuns exemplos de equívocos. Um
exemplo é Crowley falando neste sentido quando ele escreve: “virá o
conhecimento de sua vontade finita, através da qual um é poeta, outro profeta,
outro ferreiro, outro escultor.” (De Lege Libellum). O erro está em pegar a
ideia de “Vontade = a carreira certa” literalmente do que metaforicamente. Ou
seja, uma carreira é uma metáfora para o que você faz com a sua vida,
acreditando ser adequado para as suas tendências, talentos e aspirações.
Obviamente a Vontade não está confinada a uma simples carreira – especialmente
nos dias de hoje em que a maioria das pessoas tem várias carreiras ao longo da
vida – como aparentou ser a vida do próprio Crowley. Não seria correto dizer
que era a Vontade de Crowley ser poeta porque iria negligenciar que ele era um
mago, não seria correto dizer que foi a Vontade de Crowley ser um alpinista
porque iria negligenciar que ele era um jogador de xadrez, etc. Na verdade, a
Vontade é – como já mencionado – “o aspecto dinâmico do Self...” (Liber II). E
dinâmico, ou seja, em constante movimento. Crowley reforça isso quando ele
escreve que a Verdadeira natureza do Eu é mover-se continuamente, deve ser
entendido não como algo estático, mas como dinâmico, e não como um substantivo,
mas como um verbo” (Dever). Esta natureza dinâmica da Vontade é ainda implícita
na linguagem que a descreve como “Movimento” como quando Crowley escreve que a
Vontade é “o verdadeiro Movimento do teu ser mais íntimo” (Liber Aleph,
capítulo 9).
5) Verdadeira Vontade pode ser encapsulada
completamente em uma frase.
Conectada com os equívocos anteriores é a noção que Vontade pode ser
completamente encapsulada numa frase. Uma vez que a Vontade é dinâmica, a sua
natureza é de “Ir”, nenhuma frase pode sempre encapsulá-la completamente.
Existem, certamente, benefícios por se encapsular a vontade numa frase como
tendo um padrão conscientemente articulado pelo qual se pode julgar se um
determinado curso de ação é expressivo ou impeditivo da Vontade. Por exemplo,
pode-se formular a Vontade como “É minha Vontade que meu corpo seja saudável”,
que pode atuar como um padrão pelo qual você vai determinar que comer junk food
(comida que não é saudável) não faz parte da sua vontade (para todos os efeitos
práticos). Dito isto, deve haver um entendimento de que a Vontade está, em
ultima instancia, além da articulação verbal. Como se diz: “Também razão é uma
mentira, pois há um fator infinito e desconhecido; & todas as suas palavras
são meandros” (AL II:32). A Vontade é suprarracional na medida em que não pode
ser descrita com precisão ou completamente descrita pela faculdade da razão e
do pensamento. Como Crowley disse: “[A mente] deve ser uma máquina perfeita, um
aparelho para representar o universo de forma precisa e imparcial ao seu
mestre. O Eu, a sua Vontade, e sua apreensão, deve estar totalmente além dela.”
(Novo Comentário para Al II:28). A mente com seus pensamentos e razão é
simplesmente uma parte do seu ser, a vontade é o Verbo de todo o nosso ser,
então, naturalmente, uma pequena parte não pode inteiramente compreender e
abranger o Todo.
6) Verdadeira Vontade requer uma experiência mística.
Em conexão com o Mito #2, existe a tendência em acreditar que o
conhecimento da Vontade virá apenas com algum tipo de experiência mística, se o
acredita (ou concebe) como o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo
Guardião, iluminação, a travessia do Abismo, ou qualquer outra coisa. Embora
possamos dizer que o Conhecimento e Conversação (ou outras experiências
místicas) podem ajudar a esclarecer a Vontade ou se livrar de seus obstáculos,
tais como o egoísmo excessivo, a Vontade pode ser tanto sempre presente ou
trabalhada até certo ponto. A noção de que só pode se conhecer a Vontade
através de experiências místicas negligencia o fato de que há muito modos
simples, diretos e até mesmo “mundanos” nos quais podemos trabalhar em nós
mesmos para fazer melhor e mais completamente a nossa Vontade. Por exemplo,
alguém pode perceber que certo relacionamento não está mais funcionando, então
ele se agita, sofre, se amargura e ressente. Pode-se então perceber que a fim
de realizar a Vontade mais plenamente, é preciso terminar o relacionamento. “Oh
amante, se tu queres, partes!” (AL I:41). Há muitas coisas em nossas vidas que
sabemos, em algum nível, que podem ser alterados para decretar mais plenamente
nossas Vontades, como se livrar de certos hábitos que já são conhecidos por
serem problemáticos. Se isto é tão simples como “assistir menos televisão”, ou
concreto como “largar os opiáceos”, ou mais sutil como “ser menos ligado às
expectativas”, ou mais geral como “tornar-se mais consciente e menos reativo
emocionalmente”, existem muitas maneiras de trabalhar em nós mesmos que estão
disponíveis para todos, sem a menor experiência ou inclinação para experiências
místicas. Ainda mais preocupante é “acreditar que apenas alguma experiência
mística no futuro” pode ser usada como uma desculpa ou um “desvio espiritual”
para evitar lidar com estas questões mais “mundanas”, como as emoções não processadas
ou hábitos indesejáveis.
7) Todos devem alcançar a Vontade.
A crença geral difundida entre Thelemitas é que há certo tipo de
“verdadeiro Thelemita” ou “Thelemita ideal”. Outro ensaio explica mais
detalhadamente por que isso é um equívoco, mas, em suma ele depende de ter
preconceitos sobre o que é “certo” e “errado” para a Vontade dos outros, quando
toda a fundação de Thelema repousa sobre a noção de que cada indivíduo é único.
Uma manifestação desse preconceito sobre o que é “certo” é a noção de que todos
devem estar se esforçando para “atingir”, significando alcançar algum tipo de
gnose mística ou iluminação. Na verdade, o Livro da Lei diz na mesma linha que
seu lema central: “Quem nos chama Thelemitas não cometerá erro, se ele apenas
observar bem de perto a palavra. Pois dentro dela existem Três Graus, o
Eremita, e o Amante, e o homem da Terra. Faze o que tu queres deverá ser o todo
da Lei” (AL I:40). Isto é explicado em A Visão e A Voz quando se diz: “O homem
da terra é o devoto. O amante dá a sua vida para trabalhar entre os homens. O
eremita caminha solitário dando aos homens apenas a sua luz.”. Não é inerentemente
a Vontade de todos se tornarem um eremita e alcançar as alturas da iluminação
espiritual. – Pode muito bem ser a vontade de alguém viver a sua vida sem se
preocupar com essas coisas. Mais claramente o Livro da Lei diz que “a lei é
para todos” (AL I:34). Essa insistência de que todos têm que “atingir” pode
facilmente se transformar em forma de auto-superioridade espiritual que é
contrário ao espírito da liberdade que permeia a lei.
8) Sua Vontade não tem nada a ver com as outras
pessoas.
É típico conceber a Vontade como algo inerente ao individuo e que não
tem nada a ver com as outras pessoas e suas circunstâncias. Eu acredito que
isto é simplesmente uma falha de linguagem usada para descrever Vontade do que
uma realidade. Nós todos somos incorporados em uma interconexão complexa de
forças – somos todos estrelas na teia do Espaço Infinito – e ambos afetam e são
afetados por tudo que nos rodeia: “Suas ações afetam não apenas o que ele
chamou a si mesmo, mas também todo o universo.” (Liber Librae). Vendo como a
Vontade é o aspecto dinâmico da nossa natureza, deve inerentemente se adaptar à
situação ou circunstância em que se encontra. Crowley fala isso quando ele
escreve que a vontade é “a nossa verdadeira órbita, como demarcada pela natureza
de nossa posição, a lei do nosso crescimento, o impulso de nossas experiências
passadas.” (Introdução ao Liber AL). A nossa “posição” muda constantemente e a
Vontade é “marcada” em parte pela natureza de nossa posição. A nossa “posição”
envolve o meio ambiente e as pessoas ao nosso redor. Praticamente qualquer tipo
de articulação da Vontade – por mais que provisória ou experimental – deve
incluir o meio ambiente ou outras pessoas de alguma forma. Para dizer “é minha
vontade comer menos” envolve a comida em seu ambiente, dizendo “é minha vontade
ser gentil” envolve a sua bondade para com outras pessoas, dizer “é minha
vontade promulgar a Lei de Thelema” envolve aqueles a quem você irá promulgar
etc. Mesmo dizer “é minha Vontade alcançar o Conhecimento e Conversação do
Sagrado Anjo Guardião” necessariamente requer que você crie adequadamente o
ambiente propício para atingir esse objetivo. Na verdade algumas das melhores
lições vêm de estar em sintonia com o seu ambiente e aqueles ao seu redor ao
invés de ignorar a sua importância ou impacto. Se você estiver recebendo
mensagens constantes na forma de dificuldades desnecessárias de quaisquer
naturezas, talvez seja uma lição para alterar a forma como você está se
adaptando ao seu ambiente, em vez de insistir mais fortemente no curso de seu
caminho e apenas intimidando aos outros.
9) Verdadeira Vontade significa que você estará
livre do sofrimento.
A ideia de Verdadeira Vontade, muitas vezes leva a
noções utópicas e irrealistas quanto ao que Vontade vai realmente parecer. A
ideia de que fazer a Vontade liberta do sofrimento é irrealista em vários
níveis. Em primeiro lugar, o sofrimento é inerente à existência de alguma forma
ou de outra, na medida em que todos nós ficamos doentes, sofremos perdas,
envelhecemos, sofremos prejuízos e morremos. Nós sempre vamos encontrar algum
tipo de resistência ou dificuldade em nossas vidas. Isso não deve ser visto
como uma espécie de marca de fracasso em sua tentativa de fazer a tua Vontade,
mas sim, essas ocorrências inevitáveis de sofrimento, resistência e dificuldade
são os meios pelos quais nós aprendemos e crescemos. Como se diz, “Tu então que
tens provas e problemas, regozija-te por causa deles, pois neles está a Força e
por meio deles é aberta uma trilha àquela Luz... pois quando maior for tua
prova, maior o teu triunfo” (Liber Librae). Essa ideia de que “fazer a sua
Vontade = sem sofrimento” também depende da noção de que a Vontade seja “on” ou
“off”, como mencionado no Mito n°3: mesmo que estejamos no modo de “Vontade
100%” por um tempo, todos nós, inevitavelmente, erramos, encontramos
dificuldades imprevistas, ou simplesmente “escorregamos” e não fazemos o melhor
que podemos. Além disso, o próprio desejo de ser livre do sofrimento é, em
certo sentido, uma ideia do Antigo Aeon: Thelemitas não procuram transcender o
mundo material, se isentar do Samsara, ou até mesmo evitar o sofrimento.
Reconhecemos a realidade como ela é, sem insistir em estar de acordo com os nossos
ideais a priori assim como ao “como o mundo deveria ser”. Nós aceitamos o
sofrimento e as dificuldades da vida como “molho picante ao prato do Prazer”
(Liber Aleph, capítulo 59). Eu acredito que é mais correto dizer que fazer a
própria Vontade significa que você vai estar livre de uma grande dose de
sofrimento desnecessário. Uma grande parte do nosso sofrimento não é de fato
inerente ou necessária, mas nós, através dos nossos vários hábitos e pobres
equívocos, nos sujeitamos à dificuldade que pode ser evitada em grande parte ou
totalmente, se nos tornarmos mais conscientes e em sintonia com as nossas
Vontades.
10) Verdadeira Vontade significa estar livre de conflito.
Conectada ao mito anterior é a noção de que fazer a própria Verdadeira
Vontade significa que estará livre de todos os conflitos. Isso geralmente é
baseado ao fato de que o Livro da Lei diz: “tu não tens direito senão fazer a
tua Vontade. Faça isso e nenhum outro dirá não” (AL I:42 – 43) e Crowley
escreveu que “[a lei] parece implicar uma teoria que, se cada homem e cada
mulher fizesse a sua Vontade – a Verdadeira Vontade – não haveria conflito”
(Liber II). Realisticamente, sempre haverá pessoas que “dizem não”,
independentemente do grau em que você está fazendo a sua Vontade, e sempre será
“conflitante”. A questão real vem de uma compreensão do “confronto”. Se
confronto significa conflito interpessoal na forma de desacordo ou argumento,
nunca haverá um fim a este a menos que todos nós nos tornamos autômatos,
irrefletidos – o qual certamente não é o objetivo da Lei da Liberdade.
Semelhante ao mito anterior, eu acredito que é mais correto dizer que fazer a
própria vontade significa que você estará livre de uma grande quantidade de
conflitos desnecessários. Grande parte do nosso conflito com os outros dependem
da nossa insistência em saber o que é “certo” para os outros, as nossas
próprias expectativas e normas impostas aos outros, insistindo em manter uma
posição baseada numa autoestima do ego e identidade que está amarrada com a
nossa posição e muitos outros erros que se afastam naturalmente na medida em
que nos concentramos em nossa Vontade ao invés de discutir. Talvez essa seja a
razão para sermos ensinados a “não discutir, não converter; não falar em
demasia” (AL III:42). Novamente é um tipo de fantasia do Velho Aeon o mundo ou
a vida de alguém ser livre de conflitos. Eu acredito que a aceitação e o
envolvimento com o conflito é uma marca distintiva de uma pessoa que tem uma
mentalidade do Novo Aeon, ao invés do Velho Aeon. Como Crowley escreveu, “O
combate estimula a energia viril ou criativa” (Dever). Mesmo as formas mais
triviais e mundanas de conflito, como equipes rivais em esportes ou pontos de
vistas opostos em um debate, permitem que a diversão do jogo esteja em primeiro
lugar. Ao invés de procurar ser livre de conflitos, podemos fazer melhor
examinando os conflitos em nossas vidas e determinando até que ponto eles são o
resultado da nossa incapacidade de concretizar plenamente a nossa Vontade, a
fim de viver mais plenamente e com alegria.
O que todos esses 10 mitos implicam é uma visão da Vontade como algo
sempre presente até certo ponto, sempre dinâmico e mutável, sempre capaz de ser
trabalhado, e, trabalhado independentemente de ter experiências místicas ou
não, embutido dentro do contexto do nosso ambiente e outros indivíduos, e
aceitar o sofrimento e o conflito como coisas inerentes a existência, coisas
mais para serem trabalhadas do que evitadas. Esta lista não é exaustiva de
qualquer maneira, e há, obviamente, muitas nuances para a ideia de Vontade e
muitas outras maneiras de compreendê-la. No entanto, espero que desafiar
algumas dessas ideias como mitos ou equívocos possa libertar o nosso pensamento
a fim de tornar-se consciente do grande potencial em cada momento de decretar e
regozijar em nossas Vontades.
Amor é a lei, amor sob vontade.
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